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Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Eu largar o emprego e depender financeiramente do meu marido? Você só pode estar louca!

Recentemente em pé numa fila ouvi mãe e filha conversarem bem atrás de mim. Falavam do namorado da filha que, pelo que pude entender, tinha carro e a levava para os lugares onde ela precisava ir. Insatisfeita, a jovem se queixava de que precisava logo arrumar um emprego pra poder ter "as coisas dela". A justificativa, para citar as exatas palavras que ela usou, foi que "não tem nada pior do que depender de homem", ao que a mãe prontamente confirmou: "Ah, isso é. Não tem nada pior mesmo".

Essa conversa imediatamente me fez lembrar de uma matéria publicada em 30/10/2012 no UOL Mulher intitulada "Ao abrirem mão da carreira para serem donas de casa, mulheres sofrem preconceito". A matéria fala de mulheres que estudaram, se especializaram, construíram uma carreira bem sucedida, ganharam dinheiro mas que, "após tantas conquistas, decidiram abrir mão da independência e da autonomia financeira para fazer o caminho inverso" e estão voltando a assumir os cuidados com o lar e as crianças. No caso das duas mamães em foco na matéria, frisou-se que o apoio financeiro e emocional dos maridos foi fundamental.

Eu associei a conversa acima à reportagem justamente por causa da mentalidade de "meu dinheiro" e "seu dinheiro" que está impregnada na mente da maioria das pessoas, infelizmente! Você já deve ter ouvido falar de casais que, em nome da liberdade e individualidade dos cônjuges, um não sabe quanto o outro ganha. Ou então de marido e mulher que fazem 'comprinhas escondidas' para não arrumar confusão em casa. São poucas as famílias que consideram todo dinheiro que entra como "nosso dinheiro" e não dividam as contas que um paga e que outro paga. Penso se, no caso das mulheres "do lar", isso é causado por algum comportamento egoísta do marido - de repente de má vontade para com as necessidades da esposa já que mulher normalmente é vista como 'gastona'? Ou talvez seja coisa da cabeça da esposa mesmo que acredita que precisa do "seu dinheirinho" para se sentir uma mulher independente e "poderosa".

Não sei, mas independente da raiz do pensamento, parece que a mulher DEPENDER do homem é sinal de retrocesso ao movimento feminista que conquistou "direitos iguais" entre os sexos em nossa sociedade, já repararam? E o preconceito contra a mulher que fica em casa (e não ganha salário) não me parece ser exclusividade do público feminino. Muitos homens aderem à apologia da mulher valorosa e poderosa como aquela que está no mercado de trabalho, que ganha e que administra o próprio dinheiro - ainda que secretamente alguns possam desejar algo diferente para suas parcerias, é verdade. No contexto da pós-modernidade intelectual em que vivemos, ai do homem que disser que gostaria que a esposa ficasse em casa e pessoalmente cuidasse da educação dos filhos, não é mesmo! Já imaginou a revolta? Bom, pelo menos na minha faculdade eu sei que esse indivíduo seria ferozmente execrado como machista, dominador e opressor das mulheres! O acusariam ferrenhamente e ainda acrescentariam: "Ah, bonito, então por que não fica em casa você pra limpar, cozinhar, trocar fralda de bebê e cuidar de criança o dia todo já que faz tanta questão assim de não pagar alguém para fazer esse serviço?", indicando nas entrelinhas que dedicar-se aos filhos e à administração do lar não é uma realização muito importante. A supremacia do local de trabalho (ou do estudo) sobre o ambiente familiar está tão impregnada em nós que é que como se ficar em casa fosse sinônimo de emburrecer, de atrofiar o cérebro por falta de uso, de viver uma vida medíocre dependendo de outro (o marido, que é quem desempenha uma atividade que realmente tem relevância para esta sociedade que pouco valoriza a família). Você já percebeu a maneira como consideramos que o bom e saudável para qualquer indivíduo (seja homem, mulher, criança, adulto ou velho) é estar em todo e qualquer lugar que não seja em casa, vivendo a vida comum do lar?

Eu gostei tanto da reportagem porque ela aponta o contrário!

A mulher que fica em casa tem uma nobre missão e um imenso privilégio de ficar perto dos filhos nos anos em que as bases para as suas vidas estão sendo formadas. Primeiro, o fato dela poder escolher ficar em casa e cuidar da prole significa simplesmente isso: que ela tem escolha! Apenas isso. Não significa que ela é menos do que o homem, apenas que ela não precisa vender o seu tempo para outro em troca de dinheiro para conseguir colocar comida na mesa. Significa que o marido ganha suficientemente bem para sustentar toda a família e garantir a ela esse PRIVILÉGIO de ser mãe em tempo integral. Claro que em muitos casos sacrifícios são feitos, grandes sacrifícios até!

No meu caso e no caso de algumas mulheres que eu conheço (e estou cada vez mais surpresa com os depoimentos que ouço!), a opção de ficar em casa foi feita por acreditarem que era o melhor para o bem-estar das suas FAMÍLIAS, que elas decidiram priorizar acima de suas próprias carreiras profissionais. E elas toparam abaixar o padrão de vida (por tempo indeterminado) e abrir mão de certos luxos e/ou regalias e até certas necessidades, em prol desse objetivo. No meu caso, pelo menos, foi o que aconteceu. Cortes substanciais foram feitos no orçamento familiar depois que a renda caiu pela metade quando eu parei de trabalhar fora. Planejamos que aguentaríamos as pontas por 18 meses, que era o tempo previsto para eu terminar a faculdade, mas para ser sincera eu gostaria de ficar em casa com as meninas por mais tempo. Se até lá o salário do meu marido for suficiente para dar conta de nossas despesas, acho que é o que farei. Está sendo muito bom assumir, em tempo integral, a tarefa de ensiná-las a respeito de praticamente tudo no nosso dia-a-dia de vida, tanto em termos de desenvolvimento intelectual, quanto espiritual e físico. Além disso, em casa tenho liberdade para trabalhar em projetos pessoais, a fazer o que gosto no tempo e da maneira que eu quero (ou consigo), sem pressão externa de cumprir horário.

Como a psicóloga da matéria diz, a mulher que não trabalha fora não é menos importante que o homem. Ela está ao lado dele, eles são parceiros nessa empreitada (de construir uma família). E ela também não é pior do que a mulher que passa todos os dias da semana dentro de uma empresa, no ambiente profissional do mercado de trabalho. Percebo que o ponto nevrálgico dessa questão é que o preconceito contra ficar em casa não vem somente de fora. Sim, a sociedade cobra, existem as pressões externas. Mas talvez muito mais fortes sejam as internas, o preconceito que está dentro de nós mesmas. E eu me pergunto por que será que sofremos tanto com este estigma e autoconceito negativo por ficar em casa? De onde vem a vergonha e/ou a culpa por "não estar fazendo nada"? Será que tem a ver que a gente secretamente pensa que tem de ir para o trabalho para fazer algo de útil e importante com as nossas vidas? E essa neura de que não merece gastar "o dinheiro do marido" e sentir que precisa dar um jeito de ter sua graninha por fora, de onde vem? Pode ser mesmo que uma nova fonte de renda seja algo necessário para alcançar os objetivos da família a longo prazo, mas até que ponto também não é fruto do desejo de "contribuir financeiramente" de alguma forma por achar que o que faz em casa (cuidar dos filhos, por exemplo) não é suficiente para torná-la uma mulher de valor? O que alimentou esse pensamento que nos acusa de estarmos sendo folgadas?

Todos os exemplos que eu dei são de preconceitos que eu já presenciei ou mesmo já tive, inclusive contra mim mesma. Mas, puxa, tenho percebido que dizer que a mulher que cuida do lar e dos filhos não trabalha é uma baita inverdade. Nunca trabalhei tanto em minha vida! Claro que eu também cansava quando passava o dia todo fora de casa, mas o cansaço de trabalhar em casa e cuidar dos filhos é um cansaço bem diferente. Exige muitas habilidades ao mesmo tempo, exige atenção redobrada, exige disciplina... e às vezes significa mal ter privacidade pra ir ao banheiro sozinha! Nesse sentido, passar horas sentada na frente do computador escrevendo, criando e resolvendo "pepinos" era menos cansativo. Ficar em casa dá mais trabalho!

5 comentários:

  1. Que bom que o artigo que te indiquei te motivou a escrever este excelente texto, Talita!

    Beijos,
    Vivi

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    1. Sim, Vivi, o texto que você me indicou foi muito inspirador!! Obrigada por ter se lembrado de mim, hehe. = )

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  2. Oi Talita gosto muito dos seus textos, e vários deles utilizo no meu dia-a-dia com o Thomás. Quando ele nasceu eu e o Robson também optamos por estender o período que ficaria em casa. Depois de muito orarmos decidimos que o primeiro ano seria primordial para o crescimento e desenvolvimento dele. E foi o que fiz, lendo o seu texto me encontrei várias vezes nele, muitas vezes me sentia impotente, trabalho fora desde os 15 anos, me formei jornalista, trabalhei incansávelmente na Rede Globo, tive sucesso na minha profissão e de repente tinha vergonha de pedir dinheiro pro meu marido para fazer uma escova no cabelo, ou para comprar algo diferente, sei lá qualquer coisa mesmo, até já falamos disso. Enfim,com o tempo percebi que eu era a responsável por uma tarefa das mais importantes da minha vida, da qual nenhum diploma me dava sucesso. Queria me realizar como mãe e esse foi o nosso objetivo, e com a vida do nosso filho não podia falhar, não havia margem de erro, e nem dead line, tinha que dar certo. Durante um ano fizemos concessões, apertamos um pouco o orçamento, priorizamos nossa família e trabalhamos pra oferecer ao Thomás uma base saudável, tranquila, orientadora.
    O resultado disso tudo é que meu filho é extremamente calmo, nos vÊ como suporte pra tudo, aprendeu a falar mais cedo, é estimulado, tudo isso não tem preço e compensou cada hora do dia que fiquei com ele.
    Hoje ele tem 3 aninhos, e estuda meio período, a outra parte do dia fica com a gente na empresa, ou seja durante o período da manhã eu me dedico a empresa e a tarde divido minha atenção com ele. Por fim tudo se encaixa.

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    1. Oi Karina,

      Você não se identificou, mas deixou várias dicas no texto para eu saber que era você, rs. Ainda bem!

      Obrigada por compartilhar um pouco da sua história conosco. É bom quando a gente vê que alguém passa ou já passou por algo semelhante ao que estamos vivendo. Parece que isso nos dá força para prosseguir com os nossos ideais e manter o foco.

      E que bênção que você e o Robson tiveram a possibilidade de abrir mão por um ano da sua participação na empresa para que você pudesse ficar em casa com o Thomás. E também que hoje, mesmo que você tenha voltado a trabalhar, ele não precisa passar o dia todo na escola, né!

      Um abraço e fique à vontade para comentar mais vezes!

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  3. Concordo com o texto da Talita e acho louvável a escolha de algumas mulheres de ficar em casa.

    Mas, para variar, quero levantar outros pontos para a reflexão de todos nós.

    Não acho que mulheres se apegam tanto às suas carreiras apenas pelo dinheiro extra, embora esse seja um fator importante. Há diversos outros que tornam o tema muito complexo.

    Apesar de pensar exatamente como a Talita, tenho medo de orientar mulheres a não trabalharem. Vivemos em uma época em que o casamento não é priorizado e isso não é apenas uma realidade de não cristãos. Infelizmente, boa parte dos casais se casa pensando que se não der certo a opção é o divórcio.

    Atendo diariamente um cem número de mulheres que optaram por se dedicar às prendas domésticas (até porque nas classes mais baixas essa ainda é a regra)para alguns anos depois saírem de seus casamentos com uma mão na frente e outra atrás. E isso, claro, não é somente entre pobres.

    Não posso deixar de mencionar também a situação de instabilidade do país em que vivemos, apesar da melhora na última década. Ora a economia vai bem, e a renda e a empregabilidade estão em alta, ora vai mal e tudo desmorona. Quando ambos os pais trabalham, não existe apenas o benefício da renda extra, mas principalmente a maior estabilidade financeira do lar. Existe uma tranquilidade maior até para planejar a longo prazo (a compra de uma casa, a opção por um colégio melhor, etc.).

    Esses são apenas dois pontos. Há diversos outros “contras” de ficar em casa, assim como inúmeros “prós” que ainda não foram tratados nas postagens.

    Quando minha filha nasceu eu tive essa conversa com meu marido. Sentamos juntos, oramos e discutimos nossos anseios, vontades e crenças. Optamos por minha permanência no mercado de trabalho. Entendi que para minha família era mais vantajoso eu ficar fora,não era só por causa da remuneração. Não me arrependi.
    Talita e Tine optaram por ficar em casa. Também não se arrependeram.

    E para sua família? Ninguém pode dar a resposta certa. Cada família é absolutamente singular. O que acho importante, e é isso que pretendo ensinar para minha filha, é que EXISTE OPÇÃO. Não gosto de ouvir quando pais dizem para os filhos que o único caminho é a independência financeira e que mulheres “do lar” não têm valor. Também não gosto quando discriminam as mães que trabalham (também existe essa corrente) julgando que abandonaram a criação de seus filhos a terceiros para perseguir objetivos egoístas.

    O importante é buscar a Deus, pedindo sabedoria para tomar a decisão correta e também que essa seja uma escolha da FAMÍLIA não só da mulher. Amém!

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