Bem-vinda!!

Bem-vinda ao nosso blog!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Você concorda com o aumento da jornada escolar?

Pois é, aqui estou eu para falar de política novamente. Eu sei, eu sei... não é o propósito primário deste blog, mas parece que ultimamente o assunto está me perseguindo, e como o que vou falar tem a ver com PROPOSTAS DE EDUCAÇÃO, certamente interessa a todas nós!

Na semana passada, antes das eleições, recebi em casa uma correspondência do apóstolo Jesher Cardoso (da Missão Evangélica Shekinah) pedindo meu apoio à candidatura para vereador de São Paulo de Eduardo Tuma, presbítero da Igreja Bola de Neve. Curiosa, fui até o seu site para pesquisar suas propostas e conhecer melhor suas ideias. Fiquei TRISTE de constatar que, apesar de cristão, ele segue princípios seculares de educação semelhantes aos que ouço na USP.

Em resumo, ele parte do pressuposto de que criança precisa passar o máximo de tempo possível - tanto do dia quanto do ano - dentro da escola, e longe de casa, dos pais, dos irmãos, enfim, do convívio familiar! Ele defende e propõe que creches funcionem durante o período de férias e que a jornada escolar do ensino fundamental e também do ENSINO INFANTIL (estamos falando de crianças de 0 a 5 anos!) sejam em período integral. Faço questão de reproduzir abaixo dois trechos de sua fala (transcrevi de um vídeo de campanha eleitoral dele e do seu próprio site):

"Já se comprovou que a ampliação da exposição dos alunos ao professor produz resultados positivos na aprendizagem. Faz-se necessário o aumento do número de dias letivos por ano, combinado com a ampliação da jornada diária. Isso melhoraria muito a educação em São Paulo" (Eduardo Tuma).

A educação é um dos principais instrumentos para formar não somente o aluno, como também o cidadão paulistano” comenta Eduardo Tuma. “Escola em tempo integral significa educação em tempo integral. Desse jeito, além de contribuir para a formação completa dos alunos, auxilia os pais no cuidado dos filhos. Lugar de criança é na escola e não na rua” (Eduardo Tuma).

Eu fico triste em saber que cristãos estão se conformando com a visão de mundo secular para a educação. Na visão de mundo cristã, não são os interesses da FAMÍLIA que estão no centro de todas as ações? Pois me diga, qual família - pobre ou rica - pode de fato ser beneficiada ou fortalecida quando a educação / formação global dos filhos (que pressupõe inculcação de valores e princípios de vida) é praticamente terceirizada para o Estado e/ou outras instituições? E isso me leva a uma questão ainda mais importante: Como cristãos que creem no fortalecimento dos laços familiares, que tipo de sociedade queremos? Que sociedade é essa que construiremos a partir dessas propostas? Está na hora de pararmos para refletir sobre este assunto. E nos posicionarmos! O risco de aceitarmos inadvertidamente ideias que contrariam os princípios bíblicos é gigantesco.

O pesquisador e escritor cristão Lawrence O. Richards nos alerta: "Secularismo não diz respeito a envolver-se com práticas que são questionadas por alguns. Mas, antes, é adotar, sem reflexão, as perspectivas, valores e atitudes de nossa cultura, sem passá-los pelo crivo da Palavra de Deus. Significa vivermos a nossa vida como se não conhecêssemos a Jesus" (minha tradução).

O que me incomoda nesta visão secular de educação é as escolas - principalmente as públicas, mas em certa medida as particulares também - serem encaradas como "depósitos de crianças". Isso fica claro no vídeo quando Tuma fala: "Sem o serviço de creche, as crianças privam suas mães de trabalhar e ganhar dinheiro para atender as necessidades básicas da família". Imagine - a criança sendo nitidamente enxergada como estorvo para a família! Por quê não propõem políticas para incentivar e equipar as mães a se dedicarem integralmente à educação dos filhos nesses primeiros anos de formação? Não podemos concordar que as crianças sejam culpabilizadas (ou penalizadas) pelas injustiças sociais da humanidade. Não é culpa delas que os pais tenham de passar tantas horas do dia fora do lar trabalhando para terem o que comer e o que vestir.

E olhando por outro ângulo, você já se questionou que visão de mundo cristã é essa que coloca os filhos como impedimento para o progresso da sociedade, enfatizando, por exemplo, que para ser livre e realizada enquanto mulher emancipada, a mãe precisa colocar o próprio estudo e a carreira profissional (ainda que tenha condições de uma vida digna sem o salário adicional) acima dos interesses familiares (casamento e filhos) - ou seja, acima dos interesses coletivos do núcleo familiar? Como cristãos, que valores e prioridades vamos defender? Os bíblicos ou os seculares?

Faço minhas as palavras de meu marido quando comentou sobre esse assunto recentemente na internet: "Numa sociedade em que temos de trabalhar e consumir, não dá para ficar "perdendo" tempo com criança. O mais fácil é mandá-las para a escola para que fiquem o maior tempo possível lá. Muitas mães podem até ter um motivo legítimo para precisar dessa assistência social (mães solteiras que trabalham e estudam), mas certamente não se está pensando no melhor interesse da criança - e uma política pública de INCENTIVO a essa prática, maquiada de "proposta de educação", é que não combina" (Douglas Marsola, grifo meu).

Note que, para Tuma, "educação" e "escolarização" são a mesma coisa - erro fatal! Ah, sim, e de alguma forma ele inclui "assistência social" nessa confusão toda. Para além desse equívoco dos termos, perceba que ele defende que esta política de educação não somente formará bons cidadãos como também melhorará o aprendizado dos alunos. Isto não é verdade! Eu argumento justamente o contrário. Em minhas pesquisas por aí lendo textos de cunho pedagógico e também bíblico, estou cada vez mais convencida de que lugar de criança pequena é em casa, com os pais, o máximo de tempo que for possível - principalmente nos primeiros anos de vida.

Não é difícil de entender porque forçar uma criança de 0 a 5 anos a passar o dia todo fora de casa, 12 meses por ano, NÃO fortalece os laços afetivos da família, não é mesmo? E nem que esse afastamento em tempo integral do lar favorecerá a formação de um cidadão de caráter (solidário, confiante, responsável, dentre outros). Pelo contrário, acredito que contribui para que os laços que unem a família se enfraqueçam, as influências externas (e suas ideologias) prevaleçam e toda sorte de outros possíveis males e perigos para a criança que é ainda tão nova, numa idade em que começa seu processo de formação de identidade e precisa ser protegida e amada como única (não como mais uma em meio a tantos na sala de aula!).

Quero, portanto, questionar o nosso recém-eleito vereador para a cidade de SP, Eduardo Tuma, que estudos são esses que "comprovam" que criança de 0 a 14 anos precisa ficar o dia todo na escola, sem direito a período de férias, para que a educação seja de fato de qualidade! Será que ele pensou em como seriam adequados os períodos de férias dos profissionais dessa escola ou considerou ainda o volume de trabalho e desgaste físico e emocional adicionais que serão colocados sobre os ombros, principalmente, dos professores? Qualquer proposta de reforma da educação precisa ser pensada como um todo, desde à sua raiz. E, pra mim, esta política soa como mais uma tentativa de jogar o complexo problema das desigualdades sociais para a escola resolver, levantando a bandeira de que "a educação escolar é a salvadora da pátria". Eu acho que não é bem assim, o problema é mais embaixo, bem mais embaixo.

Por fim, ainda mais importante de se perguntar é: É verdade mesmo que a criança necessita disso para se formar um cidadão? Esta política atende a alguma suposta necessidade de desenvolvimento da criança? Se sim, quero saber qual porque vejo que há pedagogos e psicólogos dizendo outra coisa! Destaco os trabalhos de Raymond e Dorothy Moore, John Stott e James Dobson que defendem o contrário: quanto mais tardiamente se inicia o processo de escolarização e quanto mais tempo os filhos passam sob a tutela direta de pais dedicados e amorosos, melhor se desenvolve o aprendizado intelectual e emocional deles!!

O PIOR da história toda vem agora. Preparados para algo que entristece ainda mais?

1. Na ocasião em que pesquisei o site de campanha política do então candidato a vereador, cliquei no link "Fale com o Eduardo Tuma", preenchi meus dados e redigi minha mensagem. Ingênua eu. Advinhem? O link é uma farsa, não funciona, em toda a tentativa de 'enviar', a mensagem que aparece é "Failed to send your message. Please try later or contact the administrator by another method". Tentei muitas vezes e nada!

2. Hoje, dois dias após ser eleito, entro novamente no site do Tuma para tentar contato (sempre dou uma 2a chance às pessoas, rs). E tcharã, nova surpresa: Oo site está FORA DO AR!! Isto mesmo, os textos e vídeos que ele usou em sua campanha não estão mais disponíveis. Consta apenas uma mensagem de agradecimento por ter sido eleito. Quando tentei resgatar os links que eu havia divulgado pelo Facebook (justamente os que tratavam dos pontos que coloquei acima), me deparei com uma tela toda em branco com os dizeres "Not Found - The requested document was not found on this server - Web Server at eduardotuma.com.br).

Agora a pergunta que não quer calar: O que você espera de um político cristão? Eu espero transparência, no mínimo. E eu gostaria de saber qual o motivo dele não disponibilizar um canal de comunicação (e não estou falando de redes sociais: twitter, facebook, etc.) com seus eleitores e/ou população da sua cidade. Até porque política é algo tão complexo que requer espaço para debate de ideias! Eu mesmo apontei fragilidades graves na proposta dele (enquanto representante cristão), mas se eu estivesse em seu lugar, como uma vereadora que defende a bandeira de princípios bíblicos, precisaria pensar e estudar muito mais para fazer propostas políticas viáveis e coerentes com esta visão de mundo. Sem dúvidas, uma árdua tarefa!

Bem, sou muito insistente (rs) e de tanto pesquisar, acabei encontrando os vídeos dele no youtube. Assista, reflita e tire suas próprias conclusões.

Eduardo Tuma - Aumento da Jornada Escolar
Eduardo Tuma - Espera por Vagas em Creches

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu comentário!