Bem-vinda!!

Bem-vinda ao nosso blog!
Aqui, mamães muito diferentes mas com um único objetivo compartilham suas experiências nesta grande aventura que é a maternidade! Nós queremos, acima de tudo, ser mamães sábias, que edificam seus lares e vivem com toda plenitude o privilégio de sermos mães! Usamos muitos dos princípios ensinados pelo Nana Nenê - Gary Ezzo, assim como outros livros. Nosso objetivo é compartilhar o que aprendemos a fim de facilitar a vida das mamães! Fomos realmente abençoadas com livros (e cursos) e queremos passar isso para frente!


"Com sabedoria se constroi a casa, e com discernimento se consolida.
Pelo conhecimento os seus cômodos se enchem do que é precioso e agradável"
Prov. 24:4,5

sábado, 15 de setembro de 2012

Creche noturna beneficia a sociedade?!

Estamos em época de eleição e por toda a cidade vemos e recebemos panfletos de candidatos que querem o nosso voto. Não vou me deter no fato deles poluírem e enfeiarem nossa cidade, espalhando excessivos cartazes, cavaletes e folhetos pelas praças, calçadas e ruas... e isto em parte, evidentemente, com dinheiro público (meu e seu!) que é destinado aos partidos e que financiam as campanhas políticas. Pois bem, chegando à USP, aproximadamente 10 dias atrás, recebi de um estudante à entrada da minha unidade de ensino (Faculdade de Educação) um material impresso fazendo propaganda para dois candidatos do PSOL, um à prefeito e outro à vereador. Apesar de não gostar de discutir política (talvez por considerar que eu não conheço o suficiente para tanto), sei o quanto é importante lermos materiais como esses e nos inteirarmos sobre as ideias que cada partido e candidato defende para o seu plano de governo, principalmente nesta época de eleição. Somente assim saberemos quem merece ou não o nosso voto e poderemos votar com mais consciência. Bem, foi lendo na íntegra quais eram as propostas de governo desses dois candidatos, que tive a mais absoluta certeza de que NÃO queria votar neles!

Dentre as ideias que me causaram repulsa (como o objetivo, por exemplo, de apoiar as demandas da população LGBT), havia a seguinte proposta de política pública para uma "educação de qualidade" e que me deixou completamente perplexa: "Implantação do período noturno nas creches, valorizando especialmente as mães trabalhadoras e estudantes".

Gente, mais alguém fica transtornado com isto?? Desde quando incentivar a mulher, neste caso evidentemente a mãe trabalhadora não-escolarizada e de baixa renda do nosso país, a colocar mais um peso de obrigação sobre seus ombros (ter de estudar, além de trabalhar, ao ponto de exaustão, ou seja, ficando o DIA TODO fora de casa e longe da família) é valorizá-la? E o que dizer de seus filhos já que sofrem tantas mazelas no dia-a-dia? Já não basta que em nossa cidade muitas crianças, em idade pré-escolar e de classe média inclusive, passam praticamente 12 horas por dia fora de casa? O quê? Estão sugerindo agora que elas fiquem na creche no período noturno também? Não dá para acreditar que chamam isso de valorizar as mães! E sabem o que é mais incrível? Ontem, numa discussão de grupo na faculdade, comentávamos acerca da desumanização que é a educação básica privada se preocupar tanto em preparar os alunos somente para passarem no vestibular, mas que, apesar disto, nenhum de nós provavelmente teria coragem de colocar o próprio filho numa escola pública já que, por mais que crêssemos no potencial da educação, a educação pública no Brasil estava falida. Daí, uma colega de classe defendeu que desde que havia se mudado da capital para o interior (município de Cotia) percebeu alguns pontos positivos nas escolas públicas de lá, um deles sendo a oferta de vagas na creche noturna. Fiquei pasma! Uma estudante de Pedagogia, casada, mãe de um menino de 8 anos (que estuda em escola particular, que fique bem claro) realmente acredita que a creche noturna pode ajudar o país a ir para frente!

Para mim está cada vez mais claro que a educação em geral, mas principalmente a pública, se tornou um "depósito de crianças" para que os pais possam trabalhar e estudar. E os resultados disso, na minha opinião, são trágicos! O Estado se esforça cada vez mais em enfraquecer a família e tirar das mãos dos pais a responsabilidade (e o direito!) de educarem os próprios filhos, segundo seus próprios valores e crenças pessoais - e não conforme a ideologia política do seu país.

Se você acompanha este blog, deve ter lido o texto "Apagão da família" que saiu no Jornal do Estado de São Paulo em 20 de agosto de 2012. Recomendo a leitura. O li e reli algumas vezes e posso dizer que  concordo com cada palavra que o colunista Carlos Alberto di Franco escreveu! Ao tentar compreender o porquê de tanta violência, brutalidade e crimes bárbaros a que temos tido notícia diariamente, ele observa um elo comum a todas essas tragédias. Advinha qual? Justamente a desestruturação (ou falência) da família! E ela se dá de várias formas, dentre elas o esgarçamento das relações familiares, a ausência de limites, a crise da autoridade, o prazer como regra absoluta, o marketing do consumo alucinado e a desumanização das relações familiares.

Ao descrever especificamente a triste realidade de muitos jovens da classe média, ele fala aquilo que todos nós de certo modo já sabemos: falta carinho, falta diálogo, faltam referências morais e âncoras afetivas. Estamos falando de jovens que recebem boas mesadas, carros, viagens, mas que "certamente trocariam tudo isto pela presença dos pais. Sua resposta é uma explosiva combinação de revolta e ódio". Embora a fala do autor seja especificamente sobre a realidade da classe média brasileira, creio que o mesmo princípio da ausência paternal (e, se depender de alguns políticos, cada vez mais da ausência maternal também) vale para a classe baixa. Em vez de lutarem a favor da família, no intuito de fortalecê-la, as políticas públicas a destroem. Os valores estão invertidos e muitos ainda não se deram conta disso!

Já percebeu como pregam cada vez mais a diminuição do tempo em que ficamos com a família e nos apresentam isso como algo bom, como o passaporte para uma vida social feliz e bem ajustada? Você já reparou que aumentaram o tempo em que, desde a mais tenra idade, precisamos passar com os nossos pares (pessoas da mesma idade), chamaram isto de "socialização" e apresentaram-na como a forma ideal de convívio em sociedade? Não, isto está errado. E a tragédia a gente vê e sente na pele, nas palavras de Di Franco: "Cada vez mais pais não conhecem seus filhos e filhos não se interessam por seus pais e avós".

Na discussão de ontem, me segurei para não falar tudo o que eu pensava (pois não era o momento), mas o elogio da minha colega de classe para a iniciativa da creche noturna como algo benéfico e a solução para muitos problemas da sociedade (e famílias em geral) não me sai da cabeça! Creche noturna não é solução, é apenas desencadeadora de novos problemas, novos conflitos e mais crise para a população. É uma falsa libertação, pois na verdade prende, esfola, tortura e escraviza a sociedade. Como Di Franco tão bem colocou, quando especialistas e pedagogos formulam suas políticas, eles falam de tudo, menos da crise da família e da ausência de limites. Aliás, em toda minha formação universitária, o que mais ouvi até agora foi um culto à autonomia da criança e isto, infelizmente, às custas da morte da autoridade de pais e educadores. Penso que os pedagogos do nosso tempo entenderam tudo errado! A autoridade, os limites e o exercício do auto-controle não tolem a criança, pelo contrário a libertam para se desenvolver plenamente - física, mental e espiritualmente. Concordo com Di Franco quando ele defende que "a forja do caráter, compatível com o clima de verdadeira liberdade, começa a ganhar contornos de solução válida. A pena é que tenhamos de pagar um preço tão alto para redescobrir o óbvio".

Um comentário:

  1. Sim, teoria interessante para uma família estruturada, em que há a personagem do pai, ou ha uma rede se suporte a mulher. Mas no mundo real isso não acontece, o conceito de família é outro e na prática as mulheres para sair da situação de pobreza e dar aos filhos uma melhor qualidade de vida precisam trabalhar e estudar, sim, elas estarão longe das crianças durante grande parte do dia, mas como eu disse, esse é o mundo real. Não há familia. Há mães tentando criar seus filhos e tentando dar a elas um destino melhor na vida do que elas tiveram. Sua teoria é válida, sonhadora, mas não é propositiva!

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário!